Muro dos Escravos

Muro dos Escravos

O Muro dos Escravos é um patrimônio arqueológico, localizado na Fazenda Bittencourt em uma propriedade particular.


O professor Edy Carlos cita em seu artigo “Clareira na Mata” que, segundo Azevedo Marques, quando a Estação de Trem foi inaugurada em Caçapava, em 1º de outubro de 1875, a cidade somava 8790 almas, incluindo 1602 escravos e 272 “fogos” (casas).
Atribui-se esse trabalho a mão de obra escrava porque no período colonial/imperial esse tipo de trabalho não era considerado digno de ser feito por ser humano livre, assim todo trabalho dessa ordem era feito por escravizados.
As pedras do muro trazem inscrições de assinatura de escravizados muçulmanos (Malês). Por serem alfabetizados entre outras habilidades, pagava-se mais por eles. Trata-se de trabalho muito bem feito, muito pesado, muito custoso de ser realizado. A técnica utilizada na construção é a técnica da pedra seca, quando não há uso de argamassa; as pedras são extraídas de rochas matrizes existentes na região, no caso, foi retirada da Cachoeira dos Bexiguentos.
A Cachoeira, localizada próxima ao Muro dos Escravos, era utilizada pelos escravizados, tanto para a higiene, como para o trabalho e rituais em em honra às suas divindades.

O Muro dos Escravos , assim como os seus mistérios, atravessou os séculos numa reverência às mãos que o ergueu, à gente que viveu a ignomínia da escravidão e legou a dignidade desse trabalho executado com habilidade artística.

Endereço:
Estr. Ten. José Couto Boa Vista, Caçapava - SP